Os Melhores Discos de 2013 - Parte II

Então pessoal, ontem  o Maurício botou a primeira parte dos melhores de 2013. Como nós montamos a lista juntos e tivemos muitos nomes e alguns deles em comum, resolvemos fazer em 2 partes. Boa parte das bandas que ia citar já estão no post anterior que você pode conferir aqui, por isso vou focar em outras bandas e linhas de som nesse post, pois realmente escutei muita coisa esse ano. Como tenho uma mania de organização, vou dividir o post em seções, começemos pela primeira:

REVELAÇÕES DO ANO


SHIT HEROES - MMXIII


O Grupo paulistano faz um negative hardcore violento e pertubador, na linha da nova geração de som caótico como Weekend Nachos, Dead In The Dirt e até uma distorção que poderia fazer parte de um álbum do Rotten Sound. Produção barulhenta, microfonias constantes, noise, samples doentios e letras abrasivas permeiam esse álbum. Você pode apreciar (e baixar de graça) nesse belo link aqui.

GOD DEMISE - GOD DEMISE


Vindos do Belo Horizonte, o God Demise é outra dessas bandas que está divulgando o hardcore "bad vibe" no Brasil. Para aqueles que sentem falta de bandas como Cursed nesse mundo, acho que os mineiros podem matar sua saudade, hardcore sludge cretino e arrastador de corrente. Não duvido que essa turma chame a atenção da geração "Cvlt Nationcore" lá fora e consiga uma boa notoriedade, você pode escutar e baixar o trampo dos caras aqui.

ALÉM DO FIM - ALÉM DO FIM (EP)


Sim, é uma banda nada típica do repertório que apresento no blog, essa turma de Porto Alegre . O som da banda é um metalcore com influências do tal do "Djent" (uma subcultura que, assim como powerviolence e d-beat, acabaram virando um "gênero" musical pelo uso constante e errôneo do termo), que usa uns tempos quebrados, guitarras de 7/8 cordas em afinações baixas e blá blá blá. Influenciado pelas novas gerações do metalcore de grupos como While She Sleeps, Northlane e Volumes. Apesar de soarem "acessíveis", noto que há um pouco de criatividade e referenciais curiosos, algo que realmente falta nessas gerações mais novas. Recomendo nem que seja apenas pela curiosidade, legal mesmo de ver bandas de uma zona que muitos acham "mainstream" com algo interessante a mostrar.Você pode baixar o EP neste link.

WOLFNOTE - DEMO


Se lembram do Harm's Way? O guitarrista Bo Leuders criou uma banda de emo/pop punk chamada Wolfnote, para quem é fã de nomes como Fugazi, Embrace, Sunny Day Real State é um prato cheio. Músicas simples com melodias cativantes, não tem muito o que falar, apenas apreciar. Você pode escutar e baixar a demo aqui.

EP'S DO ANO:


SICK VISIONS - IRRATIONAL


Vindos de Volta Redonda, o Sick Visions conta com membros do Deaf Kids, Alchemists, Homem Elefante e o vocalista da banda yankee Prothestics. Os caras fazem uma mistura de hardcore e rock'n'roll na linha de bandas como Poison Idea, Burning Love e o Black Flag na era pós Slip it In. Neurótico, catártico, cheio de energia e raiva no coração, você pode baixar e escutar o EP dos caras aqui. (não tinha link de nada do Ep no youtube e não conseguia embedar o player do bandcamp aqui, falha nossa.)

HARMS WAY - BLINDED


A trupe SxEx de Chicago acerta na jugular da sociedade novamente. Saindo dos ares mais groovados e moshcoreiros do álbum anterior, Harms Way dessa vez mistura o hardcore com alguns elementos industriais e efeitos de pedais com a pegada e fúria do Death Sueco. Nessa cruza de Godflesh com Dismember e Merauder, temos uma das pedradas do ano nesse EP. Curioso se a fórmula vai persistir num futuro álbum.

BROKEN CROSS - ANTI HUMAN LIFE


Broken Cross é uma one man band sueca que faz um metal punk lo fi, com influência de nomes como Power From Hell, GISM, Zouo e Hellhammer. O EP contém cinco faixas que demonstram riffs e solos pegajosos, produção crua e atolada em reverb. Apreciem essa monstruosidade e baixem ela neste link.

RINGWORM - BLEED


Com sua mistura de crossover/hardcore impiedosa, o Ringworm acerta lindamente com esse EP. Mosh seguido de mosh em cada faixa, além de um cover MAGNÍFICO do Discharge. Human Furnace e seus comparsas nunca decepcionam!  

ARMAGEDOM - GANÂNCIA IRRACIONAL EXTINÇÃO INEVITÁVEL


Armagedom é uma das minhas bandas nacionais prediletas, esse EP é um dos bons motivos para justificar o porque curto demais essa banda. Visceral, direto, na cara e sem frescura, os vocais de Renato Gimenez (Social Chaos,Kroni) estão massacrantes, música para agitar a sua vida crust monocromática. Baixe/escute aqui e aprecie THE REAL DEATHCORE!

FALL OUT BOY - PAX AM DAYS (a.k.a. menção honrosa)


Isso mesmo, Fall Out Boy tocou hardcore um dia! Piadas a parte, confesso ter torcido muito o nariz quando ouvi falar da existência desse EP. Porém devido ao histórico da banda antes do F.O.B. (Patrick Stump, vocalista da banda, já tocou bateria para diversas bandas de fastcore em Chicago) e do fato do grupo ter sido formado das cinzas do Arma Angelus, acho que os garotos caidões merecem uma menção honrosa nessa lista. Pois é um EP com músicas interessantes, ainda mais sabendo de quem veio.

ÁLBUNS DO ANO:


INTEGRITY - SUICIDE BLACK SNAKE



Em posts anteriores já comentei a história e unicidade dessa banda. Apesar de usar músicas do EP Detonate Worlds Plague/Thee Destroy+ORR. A dupla dinâmica de Dwid Hellion e Robert Orr fizeram um álbum impecável, a mistura de hardcore com o metal punk japonês de nomes como GISM e Zouo está atingindo seu ápice neste álbum. Além disso, há novos elementos como a balada blues que é "There Ain't No Living In Life" com direito a harmonica! Esse álbum é realmente o aperfeiçoamento da nova era do Integrity, viúvas da era Melnick continuarão reclamando, fazer o que...

NAILS - ABANDON ALL LIFE



Nails é uma banda Californiana que faz uma mistura brutal de hardcore, grind, death metal e powerviolence. Abandon All Life não deixa sobreviventes, menos de 18 minutos e você sentirá o inferno possuir seu corpo e mente nesse álbum. A obra toda é perfeita, mas os destaques vão para a faixa título do disco, Wide Open Wound e Absolute Control. Tire os móveis da sala e pedestres desavisados do seu bairro na hora que escutar esse turbilhão de violência sonora. Definitivamente o disco mais BRUTAL de 2013!

TESLA BOY - THE UNIVERSE MADE OF DARKNESS


Sei que pode parecer chocante, mas eu AMO synth pop/new wave e afins. Mas de 2011 pra cá está havendo um boom desse gênero musical no mundo. Gravadoras como Valerie e Italians Do It Better espalham a volta da alma oitentista no mundo pop. Nessa onda toda surgiu o Tesla Boy, esses russos tem o charme e upbeat de grupos como Duran Duran, Information Society e Depeche Mode. "The Universe Made Of Darkness" tem tudo que uma danceteria precisa, refrões grudentos e carismáticos. Músicas como Fantasy, 1991  e M.C.H.T.E. vão te fazer sair dançando de roller blades por aí com o mp3 em mãos, óculos gigantescos, shorts com cores neon e um cabelo aerodinâmico!

CHELSEA WOLFE - PAIN IS BEAUTY


Em tempos de Lanas del Rey, Beyonces, Ke$has Lady Gagas e essas "divas", Chelsea Wolfe é uma brisa fresca de inovação e atmosfera. Representando o lado alternativo das "musas pop", Pain Is Beauty é um álbum melancólico, emocional, atmosférico e introspectivo. Desde faixas eletronicas, passando por guitarras, crescendos, coros, new age e world music. Destaques são as faixas We Hit A Wall, Destruction Makes The World Burns Brighter e Feral Love. Chelsea será a Jarboe e Zola Jesus da geração Y.

HOAX - HOAX


Vindos de Boston, o Hoax é provavelmente a banda mais agressiva, doentia e crua do hardcore  atual. O quarteto já vinha chamando atenção pelos seus EP's auto intitulados, com suas letras raivosas, produção crua e as performances violentas no palco. Nota-se a influência de nomes como Die Kreuzen, SS Decontrol e aquele toque de maldade típica de um Hellhammer, o Hoax é o hardcore na sua forma mais primitiva, doente e odiosa. Enquanto o Nails te atinge feito uma patrola e te nocautea sem saber, o Hoax é uma espécie de veneno lento, corrosivo e torturador. O disco mais doentio que saiu esse ano na parte do HC.Se quer a prova, eles liberaram para download nesse link.

CARRION SUNFLOWER - THE ROMANTIC YOUTH OF JESUS


Carrion Sunflower é um projeto acústico vindo de Berlin, fazendo um folk depressivo, simples e emocionalmente carregado. Diferente da onda neofolk, que procura misturar andamentos marciais, orquestras e industrialismos, esse álbum é apenas uma voz, um violão e uma produção completamente lo-fi. Lembrando muitas vezes as gravações de Charles Manson (que não duvido ser a influência desse projeto), dando aquele ar de calmaria, porém seguidas de uma desolação. Um belíssimo álbum.

CORRECTIONS HOUSE - LAST CITY ZERO


Corrections House é um "supergrupo" formado por Mike Williams (Eyehategod), Scott Kelly (Neurosis), Bruce Lamont (Yakuza) e Sanford Parker (Minsk). Difícil explicar que música eles fazem, é algo experimental, novo, atmosférico e opressivo/inspirador. Há elementos de Drone, de Doom, de Industrial, até Folk isso tem. Não vou mentir que é um dos álbuns mais únicos que saiu esse ano, pegamos a atmosfera do Pink Floyd da era Barrett, misturamos com os riffs simples do Neurosis e o industrial bizarro do Skinny Puppy e você poderá chegar PERTO de entender o que é isso. É um daqueles álbuns que precisará de alguns anos para ser considerado um clássico incompreendido, pois realmente é algo além do nosso tempo.

DEAF KIDS - THE UPPER HAND


Dovglas nos supreende mais uma vez, Deaf Kids é um dos novos nomes mais incríveis que surgiu nesses últimos tempos do Brasil. Conhecidos pelo seu crust reverberado e vocais black metaleiros, o Deaf Kids foi um passo adiante nesse primeiro Full Length. Nota-se novos elementos e influências como Swans na faixa I'm Yours e Drugged With Happiness, sem falar da faixa título da obra que soa como um Sleep versão niilista, pura raiva Sludge/Stoner. Porém o d-beat ainda esta lá, e mais furioso que nunca, a produção está completamente cavernos, houve um amadurecimento muito grande nas composições, uma jornada no inferno da existência moderna. Tive com eles o mesmo problema do Sick Visons em embedar os links, mais uma vez, falha nossa. Mas pode conferir o álbum e baixar ele aqui.

TOXIC HOLOCAUST - CHEMISTRY OF CONSCIOUSNESS


Vou ser sincero com vocês: Thrash Metal é gênero de metal extremo que menos me atrai, talvez porque meus primeiros contatos foram com o Big Four e me senti forçado a escutar mais quando teve o revival thrasher, mas nunca me descia muito bem. Raras eram as bandas que me faziam pirar, e Toxic Holocaust é uma delas, talvez pelo fato de que a veia punk que eles tem é mais forte que a tendência metal. Nesse ano Joel Grind e sua turma lançam o Chemistry of Consciousness que, ao meu ver, é o álbum mais "técnico" deles, isso significa que o som ficou tedioso? MUITO PELO CONTRÁRIO. As músicas tem bem mais riffs que antes sim, mas é um riff mais porrada na cara que o outro, d-beat comendo solto e dentes voando para todos os lados. Acho que o clipe e a música acima é tudo que você precisa saber de motivação para escutar esse disco. Toxic Holocaust é uma das pouquissimas bandas que fica mais pesada e brutal conforme os anos, que eles nunca "amadureçam" como seus colegas thrashers. (né Evile?)

SOROR DOLOROSA - NO MORE HEROES


Soror Dolorosa é uma banda francesa, que faz um pós punk/darkwave na linha do Joy Division, Ayslum Party e os primeiros discos do The Cure, esse é o segundo full length dos caras. Saindo um pouco dos ares ecoados e clima "Disintegriation" do Blind Scenes, o No Mo Heroes é um álbum mais variado e único, desde músicas mais upbeat como The Figure Of The Night  e o seu refrão crescente, a balada quasi dream pop que é Motherland e o goticismo de Hologram que orgulharia o Sisters Of Mercy. Além das músicas citadas, os outros destaques ficam para Sound & Death e A Dead Yesterday

Então é isso minha gente, feliz ano novo e esperamos continuar lhes compartilhando mais recomendações de bandas, fazer mais entrevistas e também temos alguns planos especiais que esperamos por em prática a partir do ano que vem. Boas Festas e espero que apreciem as nossas listas, há braços!

Skindred - Reggae, Ragga, Dubstep, Metal e um pouco de carimbó

Sim, estamos cientes que o blog tá parado pra caralho nos últimos tempos, porém agora eu pelo menos terei um pouco mais de tempo para postar material e também tenho algumas idéias novas que perpetuarão esse blog logo logo, fiquem ligados!


Mas vamos ao post do dia, nesse clima de verão e férias chegando, acharia legal recomendar algo mais alegre e praiano, porém sem deixar de ser a pancadaria/loucurada transgressiva que o nosso blog sempre recomenda, então vamos a banda de hoje:


Num momento onde o boom do tal New Metal estava no seu ápice, com a mistura de rap com metal e eletronico, usando e abusando de riffs "pula pula" com afinações baixas e o começo da era dos breakdowns, muitas bandas surgiram e boa parte delas foi fadada o esquecimento ou decadência eterna. Porém algumas pouquíssimas bandas sobreviveram de 2008 pra cá sem ficarem tão atreladas a má fama do gênero e tentaram focar para outros gêneros (Linkin Park, Korn) e outras manteram sua fórmula com algumas tentativas de amadurecer seu som (Deftones, Ill Niño, System Of A Down, Slipknot). 

Porém nessa maré toda de bandas que tentaram sobreviver, uma ficou firme e forte e nunca foi muito citada: Skindred. Vindos do País de Gales, a banda faz uma mistura realmente curiosa, ainda mais em um gênero "polêmico" e comercial como o New Metal, mas antes vamos para a história:


Antes do Skindred existia uma banda chamada Dub War, formada em 1993, que fundia o reggae/hardcore do Bad Brains com o funk metal do Living Colour e o rapcore de bandas como Downset. Porém, o destaque ficava com o uso de elementos de jazz, eletrônico, hip hop e breakbeat, sem falar do sotaque extremamente jamaicano do vocalista Benji Webbe, que fazia um diferencial. Em 1998 a banda acabou, porém Benji Webbe não queria parar e logo formou Skindred no mesmo ano, com o guitarrista Daniel Pugsley. Em 2002, entraram o baixista Mikey Demus e o baterista Dirty Aria, a formação consiste na mesma até hoje.


Em 2002 saiu o debut Babylon, mostrando o groove típico do new metal, o ritmo e vocalizações típicas do reggae e ragga, com isso conseguiram fazer uma turnês com bandas como Korn e Soulfly, os singles Nobody e Set It Off atingiram sucesso no meio. Cinco anos depois lançaram o álbum Roots Rock Riot, deixando os elementos de música jamaicana mais evidentes e com uma influência mais forte do hardcore do que metal, com a mídia os comparando com Bad Brains, apesar de Benji achar a comparação rasa demais. Faixas como Destroy the Dancefloor seriam uma prévia do que seria a futura evolução do Skindred.


Em 2009 os galeses voltam com o álbum Shark Bites and Dog Fights, cuja gravação foi feita as pressas, pois faltavam 3 meses para a banda gravar o material e depois sair em uma turnê nos EUA. Os vocais e letras foram escritos e gravados durante a turnê, com o produtor levando equipamentos do seu estúdio junto ao ônibus da turnê e acompanhando a banda. Nesse disco os elementos de música eletronica estão mais presentes, ainda mais as vertentes do drum'n'bass, dancehall e até mesmo dubstep, além de um cover genial de Electric Avenue do músico Eddy Grant (que também misturava reggae com rock, talvez uma alfinetada de Benji na mídia que sempre comparou o Skindred ao Bad Brains).


Dois anos depois saiu o disco Union Black, que focou mais nos elementos de Reggae/Ragga (vide o dancehall que é Guntalk) e também adicionando o dubstep no repertório, sendo o disco com a musicalidade mais variada do conjunto, além de ser o álbum mais pesado deles até agora. Com o uso de tantos efeitos eletrônicos, a banda se sentiu obrigada em colocar mais um membro na formação, o DJ Dan Sturgess.


Em 2014 está previsto para sair quinto álbum do grupo, Kill The Power, com 2 singles já na rede (Ninja e a música que dá título ao álbum), o que se pode esperar é mais Dubstep e o sotaque jamaicano de Benji dominando o álbum.


Para download, lhes deixarei os álbuns Union Black e Roots Rock Riot, que na minha visão, são os álbuns que ilustram melhor o que é o Skindred e o porque você deve ouvir essa banda. Desfrutem isso e louvem Jah enquanto se mosham no meio da areia da praia.

Twitching Tongues - Uma carta de amor ao som pesado noventista


Olá galera, mais uma vez desculpa pela falta de posts, mas estive ocupado com faculdade e outras questões pessoais, mas vamos voltar a falar da sessão de bandas que preparei para vocês. Dessa vez teremos uma parada mais "light" comparada ao que tenho postado ultimamente, mas ainda não deixa de te acertar em  cheio, com vocês: Twitching Tongues!


Formado em 2010 em Los Angeles, o quinteto conta com Colin Young nos vocais, Taylor Young na guitarra e voz, Leo Orozco na guitarra solo, Kyle Thomas no baixo e Michael Cesario na Bateria. Musicalmente a banda bebe de várias fontes, mas muito das influências deles vieram dos hardcore e metal noventista com um toque de hard rock, de nomes como Sam Black Church, Only Living Witness, Life of Agony e Type O Negative. Riffs arrastados, vocais cantados e coros com guturais secos e curtos, letras sobre amor e depressão, refrões chiclete e um apelo "hard rock" enrustido dominarão seus ouvidos na hora de apreciar esses caras.
 

Em 2011 lançaram seu primeiro EP, Insane & Inhumane, começando com uma balada que dá nome ao disco. O stoner  predomina mais nesse trabalho, e até um pouco de blues pode ser notado aqui, é como se misturassem o som do Down com os refrões do Carnivore. Além contar com um cover muito bem feito dos mestres doom metaleiros do Pentagram.


No mesmo ano debutaram com o full Sleep Therapy, já beirando para algo mais noventista, apelando pro hardcore mais arrastado típico dos grupos nova iorquinos do gênero, além de continuarem com a veia doom é possível ver mais influência dos grupos do Peter Steele e até um pouco de bandas do grunge como Soundgarden e Alice in Chains. Distance Clause  tem riffs com uma linhagem do John Christ (mítico guitarrista que gravou nos quatro primeiros e clássicos discos do Danzig). Porém a vibe bluezeira e stoner vai começar a sair mais adiante...


Aí em 2012 lançam o EP Preacher Man, com a balada homônima a obra, cujo clipe é uma carta de amor ao TON, para ficar mais 90's que aquilo, só faltou a banda estar de bandana e flanelas. Daí em 2013 chega o álbum que definiu sua identidade, talvez até mesmo o opus magnum deles: In Love There Is No Law.


Esse disco ataca de todos os lados, começando com Eyes Adjust com seu hardcore mosheiro lento e vai progredindo para  bumbos duplos, riffs marchados e até mesmo blast beats mais pro final. Seguido de uma faixa mais única que a outra, cada música é uma criatura por si só, passando por baladas de corações partidos (Departure e Frigid), Thrash/Crossovers sem dó (World War V, pois não deixaram claro o suficiente o quão fãs de Carnivore eles são) e até um Doom classudo que vira Hard Rock/Grunge que faria qualquer filhote da MTV noventista gozar nas calças (Good Luck).


Aqui deixamos o link para conferir o último disco deles, que disparado é um dos melhores discos deles e também está nos meus top 10 desse ano.

Full Of Hell - A nova geração do terrorismo sonoro


Depois de umas eras sem postar aqui, estou de volta, agora com um set de bandas bem interessantes para colocar nesse blog. Vamos hoje falar de uma das bandas mais quebradoras de queixos da nova geração. Será um post curto mas direto, creio que a recomendação de hoje é mais importante do que a duração desse post.

Sombrio, tenebroso, ameaçador, destruidor, barulhento, perturbador, esse e muitos outros adjetivos podem se aplicar a esses caras. A variação de influências e sonoridades é tão absurda que só há um modo de defini-los: Terrorismo Sonoro. Creio que se lembram da minha paixão pela barulheira do Koreisch em um post anterior, creio que essa turma é o substituto perfeito pra aniquilação que aqueles britânicos deixaram

Senhoras e senhores, lhes apresento: FULL OF HELL!


Não deixe que essas faces de atores renegados do elenco de Malhação os engane, esse quarteto com membros que estão em Maryland e Pensilvânia fazem uma mistura de grind, black metal, sludge, noise e hardcore que deixariam qualquer um de queixo caído. Dave, Skylar, Dylan e Spencer se reuniram em 2010, apesar de ser uma banda bem recente, já criaram um set sólido com vários EPs, splits e dois full lengths.


O que chama atenção na banda não é só apenas seu peso, mas o uso de elementos como reverbs nos vocais, power electronics e efeitos de noise. Por mais que soe como coisa de banda de estúdio, ao vivo os caras realmente usam o mesmo tipo de parafernalha para fazer algo tão bruto quanto suas gravações.


O primeiro disco, entitulado Roots of earth are consuming my home usa e abusa de vozes cavernosas, letras odiosas, blast beats e d-beats, riffs arrastados e dissonantes por todo o lugar, em seguida fizeram algumas turnês pela Europa e splits com bandas como Code Orange Kids, Goldust e Calm The Fire.


Nesse ano lançaram seu segundo álbum, Rudiments of Mutilation, indo para um rumo com uma produção mais crua, músicas mais rápidas e as faixas arrasta corrente agora usariam elementos que remetem ao black metal e power electronics.


Outro fato curioso é que além desses dois álbuns, ao Full Of Hell lança em seu bandcamp algumas tapes/eps com faixas de ambient/noise, maioria delas feitas por Dylan e Spencer (vocalista e guitarrista do grupo, respectivamente), entre essas obras, tem um cover de Atmosphere do Joy Division que me deixou boquiaberto com o resultado soturno de tal versão.


Aqui deixo link para o debut deles, desfrutem e fiquem de olho nos próximos lançamentos dessa juventude perdida, embaixo vou deixar um vídeo ao vivo deles para sentirem a bad vibe:

Cold As Life - Hardcore mosheiro V1D4 L0K4

 
Nesse post novo, vou trazer mais outra banda magnífica da turma do hardcore slam dance. Uma cena feita por muitas bandas onde marmanjos querem parecer os caras que viveram a dureza das ruas, nesse caso, o Cold As Life não só viveu, mas faz parte da violenta história dos guetos.

Vindos de Detroit, esse grupo de hardcore é uma das bandas mais raivosas da era onde Subzero, Sick Of It All e Madball viviam sua ascensão. Formado em 1988 pelo guitarrista Jeff Gunnells e o baterista Roy Bates, muitos passaram pela formação, alguns perderam suas vagas e vidas para o crime, drogas e até pela violência.
 

Musicalmente eles começaram com um hardcore old school com influencias leves de generos como o Oi! e Street Punk, bandas como Warzone e Negative Approach eram notáveis influências. Liricamente a banda falava de coisas bem simples como a cena e a sociedade. Porém essa história toda mudaria depois de uma tragédia.


Em 1993, o vocalista original Rawn Beuty foi assassinado. Três tiros na cabeça enquanto dormia. O suspeito principal foi Richard Werstine, amigo próximo que morava junto com ele. Até hoje não se sabe os motivos que levaram ao assassinato, porém todos os membros e fãs da banda juraram vingança pela morte de Rawn, dedicando músicas como essa para o fugitivo:


Após um tempo parados devido ao choque pela perda de seu companheiro de banda e amigo, Jeff resolveu assumir os vocais e voltar com o Cold As Life. Durante esse tempo de reformas, fizeram pouquíssimos shows pela falta de ensaios e locais para fazer suas apresentações, porém outros diziam que o nível extremo de violência que acontecia nos shows era uma das principais causas para esse escasso número de aparições.
 

Depois de lançarem dois discos: Born to Land Hard e Declination of Independence, a banda resolveu acabar de novo. Raramente fazem shows de reunião pelos mesmos motivos de sempre, além da banda nunca ter conseguido uma formação fixa devido a vida turbulenta e marginal em Detroit. Muitos ex membros foram presos, despedidos pelo excesso de uso de drogas e mais outros foram mortos (além de Rawn, outros três músicos fazem parte da lista de obituários do Cold As Life).

Todos esses acontecimentos fizeram com que os dois álbuns citados fossem alguns dos discos mais brutos da história do hardcore. Timbres graves e pesados, bumbos duplos, vocais guturais e letras que expressam sentimentos de vingança, violência, raiva e indignação com a condição marginal são algumas das marcas registradas do Cold As Life.


Atualmente, está sendo feito um documentário sobre a história da banda e suas lendas urbanas. O filme (chamado de Cold As Life: A Detroit Story) conta com a narração de Lars Fredricksen do Rancid, além de entrevista com membros do Negative Approach, Hatebreed, Agnostic Front, Heresy, Cro-mags, entre muitos outros. O filme está no estágio de pós produção e teve uma campanha no Kickstarter que não conseguiu atingir sua meta e não se tem idéia de quando será lançado.

Aqui deixarei os links para baixar os álbuns Born To Land Hard , Declination of Independence e uma compilação de demos da primeira formação. Desfrutem!

Bad Luck 13 Riot Extravaganza - O show mais perigoso que você já viu

Aqui estamos com um post relâmpago apresentando a vocês algo curioso, violento e que fará questionar o fato de você se achar machão por ficar imitando moinhos no circle pit. Preparem-se para o pandemônio...


O Bad Luck 13 Riot Extravaganza é uma banda de hardcore da Filadélfia, formada em 1997, que fazia um mix de hardcore com metal, ignorante, arrastado e sem piedade. Perfeito pra você que curte algo na linha de Merauder, Madball, guturais violentos e afinações baixas.  A formação consistia em 13 ou mais membros ao vivo, no caso é o básico de uma banda (2 guitarras, um baixista, um batera) e o resto era preenchido por vocalistas e "animadores de palco", como assim? Já vou explicar isso, mas antes escute essa pedrada.


Então, o resto do grupo consiste de alguns curiosos animadores de palco que basicamente transformam o show num cenário pós apocalíptico, brigando entre eles mesmos e o público, atirando tralhas (latas de lixo, lâmpadas, cadeiras, mesa) e fazendo peripécias envolvendo fogo (desde malabarismos com sinalizadores até cuspir fogo).  Segue abaixo uma das rápidas apresentações ao vivo deles:


A fama de shows violentos e perigosos não parava por aí, os caras eram tão loucos que eles conseguiram ACABAR COM UM FESTIVAL devido aos seus shows. Vamos por partes... Lá na terra do Tio Sam existia um festival chamado Hellfest (esse, de hardcore, completamente diferente do festival francês que todo headbanger de respeito sonha em ir um dia), e na edição de 2004 o Bad Luck 13 iria fazer seu último show como banda, logo foram uma das atrações principais da última noite. Então, imagina essa banda, com essa atitude de palco, agora numa proporção de um lugar como um ginásio esportivo... Imaginou a cena? 


O caos foi tão grande que a polícia teve que debandar as pessoas de lá, além de quem já tinha fugido do show após a 3ª música (lembrando que o 25 Ta Life iria tocar após o show deles, encerrando a noite para um ginásio quase vazio). O Hellfest (que já tinha começado em 1996, mas apartir de 2000 tomou proporções maiores) teve sua fama tão prejudicada que em 2005 quase nenhum lugar queria ceder espaço pro fest, então, em 2005 rolou a última edição, com um cast diminuto um completo fracasso.


Após esse show, o Bad Luck fez alguns raros shows de reunião, o último rolou em 2011, agora os membros tem outras bandas que tiram certos covers. Rolou uma possibilidade de um DVD comentando a história da banda, vídeos dos shows caóticos e inclusive toda uma narração de como eles ruíram o Hellfest, mas infelizmente ficou só no papel.


O grupo teve dois Full Lengths e alguns EPs. Deixarei aqui links pros discos We Kill Children e Bats On The Dance Floor.

H8000 - Da Bélgica para o mundo

Olá galera, faz tempo mesmo que não posto no blog, mas tenho bastante coisas para apresentar pra vocês nos próximos posts. Hoje vou começar com algo mais amplo mesmo, mas aguardem bastante porrada na cara ou algumas surpresas bem interessantes.


Enfim, vamos começar, hoje vou falar de uma cena que aconteceu na Bélgica e é essencial para o que antigamente era entendido como "metalcore" (antes de vir o festival de breakdowns e plágios baratos do Metal de Gotemburgo), o H8000 (H de hate e o 8000 seria a caixa postal da região de West Flanders) foi uma das cenas mais influentes não só do hardcore belga, mas também tem sua fama cult no mundo. Bandas como Point Of No Return, Heaven Shall Burn, Rise And Fall, Caliban, Maroon, Morning Again e Day Of Suffering são alguns dos nomes já demonstraram apreciação ou influência pela cena. Festivais como o Ieperfest foram sinônimo de encontro de bandas que faziam parte da cena Metalcore (ou hardcore metalizado, como preferir chamar).


Diferente do que era feito, maioria das bandas nessa época misturava o som do hardcore noventista com o peso do Thrash e Death metal, muitas bandas tinham identidades e características bem interessantes. Boa parte delas falava sobre veganismo ou Straight Edge, mas também eram bandas politizadas. Infelizmente boa parte dessas bandas está parada ou faz shows e lançam material com pouca frequência, mas nesse post vou citar alguns nomes importantes e também algumas bandas que recomendadíssimas dessa cena. Vamos lá:

CONGRESS



Formado em 1993 e é uma das bandas mais reconhecidas da cena, faziam um hardcore groovado com aquelas palhetadas alternadas de quem ouviu muito Slayer na hora de aprender guitarra, além de misturas interessantes como solos melódicos, baterias rápidas e a mescla de vocais cantados/rapeados com berros. Uma das pioneiras dessa mescla "metalcore" que fazia jus ao seu prefixo e sufixo, além de a própria banda ter sido formada contra a rotina de bandas youthcrew e pós hardcore na época. Apesar de encerrarem as atividades em 2006, fazem shows de reunião quando possível, o mais recente foi em 2012. Deixarei aqui o link para o disco mais clássico da banda, Blackened Persistance.


LIAR


Formado em 1995, o Liar já rumava para um caminho mais "metalizado" que as outras bandas do gênero. Apesar de um primeiro disco (Falls of Torment), que fazia uma sonoridade típica do hardcore groovado noventista, eles seguiram do disco Invictus em diante se moldando completamente no thrash metal de bandas como Destruction e Slayer, a banda fazia uma música rápida, direta e sem firulas. Aqui o link para download do disco Deathrow Earth


DEFORMITY



Iniciando em 1995 pelo nome de Race Deformity, essa banda é uma das mais pesadas da turma H8000, unindo o hardcore com o peso do Brutal Death Metal. Blast beats comendo solto junto com breakdowns, gang vocals variados entre guturais gravíssimos e berros, talvez o que chamaríamos de "verdadeiro deathcore". O Deformity durou até 2003 e tem 2 discos, uma demo, um EP e um Split. Aqui está o link para baixar o disco Murder Within Sin.


SPIRIT OF YOUTH



Formado em 1990, O Spirit of Youth segue a vibe mais básica de hardcore metalizado, além de serem uma das primeiras bandas da cena, fazendo uma música enérgica e com riffs bem estruturados e com um apelo mais melódico nas guitarras, lançaram dois discos (Source e Colours That Bleed). Encerraram as atividades em 2002. Aqui o link do split deles com o One King Down.


SEKTOR



Não há afirmações dizendo se o nome da banda é baseado ou não no personagem do Mortal Kombat. Enfim, a banda também seguia a linha do hardcore metalizado, apesar de botar requintes bem sutis de Death Metal e passagens melódicas em uma ou outra música. A banda só lançou um disco (Human  spots of rust) em 1997, depois lançaram um split com o Vitality (outra banda H800 da mesma linha). Baixe o disco aqui.


E é isso, deixarei o clipe aqui de outras bandas da cena que não consegui tantos detalhes, mas seria interessante checar:

REGRESSION



VITALITY



SPINELESS


FIRESTONE


Mais adiante tem mais!

Martyr's Tongue interview - Audio Violence from Puerto Rico (english version)

 
Since we are a Brazilian blog with most of the posts on portuguese, that's the first time we'll put the interview in english (so as the post), don't know if that would be a thing on the blog or not, we will see..



Wazzup, people? Today we'll have an international interview, this time with Martyr's Tongue, negative hardcore/metal from Puerto Rico, influenced by such names as Integrity, Rotten Sound, Spazz, Tragedy and Eyehategod. Furious music with misanthropic and apocalyptic lyrics and imagery, talking about of the tragic human condition and men consuming himself on war and conflicts. We had a talk with Axel Otero (lead guitars) and Bradley Pacheco (vocals), Check out!



First and most important of all, introduce yourselves: Who is Martyr's Tongue? How did it started and what are your influences?

Axel: My name is Axel and I play lead guitar in Martyr's Tongue and joining me for this interview is Bradley who is the vocalist for the band. Martyr's Tongue is basically an idea we had from almost 3 years ago but finally did something last November. Basically we got sick and tired of everything we we're doing and also hearing at the time, we just wanted to do something true to us, pour all our darkest of feelings into this music and share this apocalyptic vision we both have… the vision of humanity erased.


Until now you guys recorded an EP in 2012 that will be released on a 7'' soon, besides, a split with the germans of Ablaze and Cleveland natives in Avalanche, how was the process of recording and how did you get in touch with these guys? (Did you talked to them? Did they talked to you? Did you searched a label? etc...)

Axel: It was a little bit of all. Basically, it was all through Facebook, I do remember Christian (Ablaze) telling me they were gonna do a split with Avalanche, somehow the idea of doing it as a 3 way split came up, so I got in touch with Lee (Avalanche) who I knew before through his other band Empire of Rats. All of us in each of the bands talked about doing something together before, so this was the perfect opportunity.  After a few emails with a few labels, Ablaze approached a good friend of theirs, Roy from Southwest Hardcore Records, who believed in what all of us were doing and was kind enough to join in and put this split out.


Since you are from Puerto Rico and we don't know much of a Hardcore/Metal/Rock history in the island, I think it's pretty hard organizing gigs around there, how is the "scene" there?

Axel: Organizing gigs is pretty hard as is, we have like 4 legit venues that support Metal and Hardcore music and since PR is fairly small, things can get dull pretty fast, seeing the same bands and people every weekend. I don't like using the word "scene" but like every other "scene" we have a few good bands.

Besides Martyr's Tongue, do the members have other projects or bands or is this your main work?

Axel: Our drummer Felix plays drums for death metal band called Severe Mutilation who are also friends with us and our other guitarist Fabian is the lead singer and guitarist of Ma Catharsis Et La Mort, both excellent bands. For the rest of us, this is our main band, although on my behalf I have a few projects that you can check out, including You Will Suffer and Nuclear Cleansing, a recent project i'm working with members offellow Holy Terrorist group Godbreaker, VVhorror and Malware.


Which are your future plans? more EP's and Splits or a Full Length record?

Axel: Our future plans are hopefully touring in the US, which we are working on at the moment, hopefully we'll be in the states by December. Another 7 inch vinyl split is being worked on but i can't give too much details right now, and also we're going to have by August a physical release in vinyl of our first EP which we released online last December through bandcamp. Full length album may be on the works before those plans get done.


Since we are a blog that make some recommendations, we want to know what you guys are hearing out and give to the people that are reading this interview some tips of new disgraceful music to listen:

Bradley: I would recommend checking out The Infamous… Gehenna, Withdrawal, The Hollowmen, Impulse, Full of Hell, ACxDC, Anti-Sociales, Un Final Fatal, KDC, IAMTHEPLAGUE, Juventud Crasa, Godbreaker, Ablaze, Avalanche, Low Life, Black Mask, Benchpress, Facewreck, Tropiezo, Tragedy, Needles, Young and in the way and Pick Your Side.

Axel: Apart from what Bradley mentioned which all are amazing bands with awesome people in it, I would recommend for you guys to listen to more Goth music.


Since we are a brazilian blog, it's time for a obvious and kinda stupid question, what brazilian bands you guys know and like? Any interest to come here someday, if yes, how can producers and fans contact you?

Axel: Brazilian bands we know about that we like are Shade of Mankind, Sarcofago, Ratos de Porão, and Sepultura. We also know about Monica Santhiago and Reginna Rizzi. We would be interested in flying down to Brazil one day, people can contact us through our Facebook page or martyrstongue@gmail.com

Well guys, that's it, thank you very much for the time and answering those questions, any last words to the readers?

Death is the gate to life.