Undergang - Um nome, duas bandas e duas desgraças...

Esse post relâmpago vai ser um caso curioso onde descobri duas bandas fodásticas que partilham o mesmo nome. No caso procurava sobre uma delas e acabei descobrindo a outra por acidente, mas enfim. vamos apresentá-las.

Undergang do rolê deathbanger:


Esse Undergang vem da Dinamarca, o power trio foi formado em 2008 com o intuito de fazer um death metal cavernoso e sem piedade. Quem é fã de Death/Doom do nível do Incantation, Asphyx e Bolt Thrower estará mais que satisfeito, até porque os membros do grupo vieram das cinzas de outra banda chamada "Realm Of Chaos".


Blast Beats, guitarras afinadas em cró, trechos cadenciados e arrastados e aquele vocal de nível 8 na escala Richter é o que lhes aguarda nas faixas desses malucos, infelizmente não tenho muito para falar das letras porque é tudo em dinamarquês e não entendo nada.


O grupo lançou dois discos (Indhentet af Døden e Til Døden Os Skiller), uma demo chamada T.D.O.S. e fizeram um split com o Funebrarum. Realmente não tenho muita informação sobre os caras, mas o que importa mesmo é que a brutalidade lhe aguarda quando der play nessas belezinhas. Aqui você pode sacar os 2 fulls deles no bandcamp e baixar de graça (ou se quiser, dar um trocadinho pra eles...)

Undergang do rolê hardcore/crossoverabadegodinez/thrash/crust semigrind:


Vindos da Suécia e com um pouco mais de história que os homônimos dinamarqueses, o Undergang (também conhecido como Undergång) faz um som rápido, impiedoso e divertido pacas, na linha Municipal Waste, DRI e Accüsed, com alguns requintes de Infest e Jerry's Kids. O curioso é a banda soar um pouco mais "única" quando comparada as bandas típicas do crossover thrash, talvez é por terem um pé no HC ao invés do Thrash Metal.

Formado em 2004, o sexteto também é conhecido por suas apresentações completamente insanas e energéticas, que normalmente leva os dois vocalistas do grupo a visitarem frequentemente hospitais após o rolê. Pode se ver em vídeos dos shows deles os membros usando tacos e pedaços de pau para atacar seu público e incitarem mosh violentos por conta própria.

Os caras tem uns 5 EP's, um álbum ao vivo e dois full-length's. Aqui deixo o link para o segundo álbum chamado "Mother Of Armageddon".

Coke Bust - Pois o hardcore e powerviolence podem ter diploma no PROERD


Hoje teremos um post relâmpago como as canções da banda de hoje, desfrutem a barulheira!

 

Coke Bust é uma banda de Hardcore/Powerviolence provinda de Washington DC (terra de lindezas como Minor Threat e Bad Brains, então tu já sabe que a fonte é confiável), conhecida por sua ética Do It Yourself, shows que por maioria das vezes são organizados por eles mesmos, além de serem Straight Edge.


Um som rápido, sem frescura e sem piedade  influenciado por petardos como Siege e Infest e também com base nas idéias do Youth Crew, esses moleques da terra da Casa Branca apostam em bastante grooves nova iorquinos seguidos de devastadoras metrancas e riffs dignos do pulso de Michael J. Fox.


Outro detalhe é que, diferente de muitas bandas SxEx do momento, os caras do Coke Bust tem temas mais politizados em suas letras, mas também não deixam de dar suas alfinetadas na socialização via drogas (vide EP's como "Fuck Bar Culture").


Uma curiosidade interessante: Os membros da banda tem o hábito de enviar mixtape e zines próprias para fãs que escreverem cartas para o grupo, segundo eles, para criar um laço pessoal com aqueles que curtem os ideais e música da banda.


A banda tem 3 EP's, 2 demos, 2 Splits e o único full length "Lines in The Sand", que deixo o link para download aqui.

Discografia:
Demo - 2006
Demo 7'' - 2006
Fuck Bar Culture EP - 2007
Cycle Of Violence tape - 2008
Split com Sick Fix (tape) - 2009
Lines In The Sand - 2009
Degradation EP - 2010
Live At WMUC EP - 2011
Split com Vaccine 7'' - 2012

Senior Fellows - "Ecclesiastical Servitude": a surpresa que ganha a sua semana


É na primeira vez na história desse blog que temos um material que uma banda nos envia para pedir uma resenha. O que tem demais nisso? A banda é americana e o CD foi mixado e masterizado pelo Brad Boatright (conhecido pelo seu trabalho no From Ashes Rise e já entrevistado no blog com a matéria do nosso apoiador, Homero Pivotto Jr.), os caras pediram com toda educação, então analisei o trampo com todo o cuidado e atenção possível e realmente fiquei pasmo com o que caiu em minhas mãos...

Bem, vamos lá então, hoje iremos analisar o trabalho do Senior Fellows, uma banda de Sludge/Doom provinda de Tulsa, Oklahoma. O grupo manda um som bruto, violento, arrastado e digno de qualquer banda grande desse gênero, remetendo a nomes clássicos como Grief, Dystopia e Eyehategod. Um dos detalhes que chama atenção é a produção absurdamente limpa, algo que não é muito comum nesse estilo de música. A produção limpa atrapalha o album? Claro que não!


Nesse debut dá pra ouvir cada detalhe, a força de cada palhetada, a raiva saindo de cada verbete, a dissonância dos acordes, além de uma variedade bem interessante entre as músicas, mas mantendo a consistência. Brad fez um trabalho maravilhoso com esses caras. Mas enfim, vamos a detalhes.

Abrindo com a faixa Atrocities explode the delusion of tolerance (já falei que os títulos dessas músicas são lindos?), já nota-se que não estão de brincadeira, com um som arrasta corrente e dedilhados dando uma atmosfera de misantropia absurda os caras já partem dali para Officer, are you detaining me, or am i free to go? com um groove mais intenso que se segue nas próximas faixas.


Durante o CD encontramos faixas com o uso de melodias interessantes, como as faixas A systematic review..., Fundamentalist Interpretation e Credit Default Swap, que ao meu ver tem os melhores riffs do trabalho, talvez as mais melosas, mas isso tá longe de significar uma música calma...

No lado mais tradicional do sludge metal, temos God Endorsed Slavery, Receive No Mercy... que representam bem o sons típicos do gênero, confesso que não são músicas inovadoras, mas elas tem uma qualidade digna para estar no mesmo pilar que bandas renomadas no gênero. Faixas completamente dissonantes e barulhentas como Terror, harm and justice e Underestimating the extent... dão um teor absurdamente psicótico, me lembrando bandas como Today Is The Day de uma certa forma.

Mas na reta final, duas faixas chamam completamente minha atenção: Edward the Confessor e Stepped Forward To Rule. Completamente viajantes, melódicas, psicodélicas e introspectivas.


No quesito lírico, infelizmente não me deram letras para eu acompanhar e analisar, mas julgando pelos títulos das músicas, os caras tem um contexto político, social e anti-religião de bandas como Dystopia. Mais um diferencial na musicalidade deles.


No final das contas, essa foi uma baita surpresa que caiu no meu e-mail nesse começo de semana. Uma senhora produção de uma banda que mesmo iniciando, começou no lugar mais certo possível. Os americanos do Senior Fellows mantém a visceralidade do início do Sludge, além de apostar na mistura com linhas mais melódicas e outras dissonâncias. Basicamente é uma banda que resume bem toda a história do gênero em um disco, perfeito pra quem manja nada dessa sonoridade e quer começar, aí tá prato cheio!

Nota final? não existe essa frescura por aqui, ESCUTE ESSES CARAS! SAIBA MAIS DESSES CARAS NO FACEBOOK!

Post especial do dia da mulher - Não, não teremos Runaways...

Na verdade ambos os autores do blog tinham ideias diferentes para posts hoje, mas achamos que o dia de hoje renderia um bom número de recomendações interessantes. Então hoje, dia internacional da mulher, iremos recomendar nesse post bandas fodásticas com mulheres na sua formação, sejam elas as frontgirls, boa parte da formação ou uma all girl band. E não, não recomendaremos Nervosa...

Enfim,  vamos para a lista:

DödsÄngel
 

Vinda do Canadá, essa garota prova que pra ser rockeira lá não precisa pintar cabelo de rosa, vestir-se como o Alexi Lahio e falar sobre garoto skatista. Essa one woman band faz um black metal old school, cru, sombrio e digno de vocês que comem cereal com Dollynho (convenhamos, você não deve ter amor a vida se tens tal hábito alimentar...).


DödsÄngel só tem uma demo, "Helgrind" que você pode baixar aqui.

Gallhammer
 

Como tenho um grande fascínio pela cena japonesa de música passada, não podia deixar de citar esse trio. Black metal com pitadas de Crust e até mesmo Doom, as garotas do Gallhammer fazem uma música absurda!


A banda ó tem 3 álbuns até agora, baixe aqui o disco "Ill Innocence", segundo da banda e o melhor na opinião desse blogueiro maroto.

O respeito é tamanho que se você ver o documentário "A Dying God" sobre o Celtic Frost, você verá uma cena onde Tom Warrior e sua trupe acompanham o ensaio dessas japonesas, sentiu a responsa?

Signal Lost


Esse grupo americano conta com uma frontwoman e uma baixista fazem um mix de pós punk com hardcore absurdamente fodástico. Baita melodias e uma cadência incrível nesse grupo, a vocalista Ashley Marshall até participou em uma música dos mitos do "burning spirit" não oriental, World Burns To Death.


Com 2 álbuns por enquanto na sua discografia, deixo aqui o "Prosthetic Screams" para ser conferido.

Grimes


Saindo do barulho, a Grimes é uma cantora canadense que faz uma mistura bem legal, passando pelo Synth Pop, industrial, darkwave e até um pouco de experimentalismo. Já fizeram comparações da música dela como "Aphex Twin tendo um filho com o Abba".  Cada música é uma viagem diferente, com muita atmosfera e ambiência, além do timbre de voz quase infantil dando todo um ar relaxante na sua obra.


Com apenas 24 anos, a canadense já tem 3 albuns e um split, confira aqui o último disco, "Visions".

Amanda Palmer e Dresden Dolls


Dresden Dolls é uma dupla que consiste de um baterista (Brian Vinglione) e uma pianista (Amanda Palmer), que curiosamente se definiam como "Cabaret Punk Brechtiano", difícil de explicar o som, mas é como se o filme Moulin Rouge virasse uma banda punk com músicas que falam de sexualidade, seja com relações, amor, parafilias, operações de troca de sexo...


Em 2008, após lançarem o seu terceiro disco, o grupo entrou em hiato, com Amanda focando em sua carreira solo. Nessa mudança, a pianista se foca mais no rock e outros gêneros, rola até uma baladinha com ukulele que incrivelmente não soa nem um pouco praiana.


Após 3 discos na carreira solo e participação em outros projetos, Amanda decide se reunir com Brian e o Dresden Dolls voltou em 2010, porém não saíram músicas novas ainda dessa reunião.

Deixarei aqui o link pro primeiro disco do Dresden Dolls e também deixo um link pro primeiro disco solo de Amanda Palmer.

The Gits


The Gits foi uma banda de punk rock de Seattle, formada em 1986, naquela efervescência de bandas que surgiram na região pelo final dos anos 80 e início dos anos 90, que ao contrário do que muitos pensam, foi algo muito além do grunge. A banda ficou conhecida pelo seu som enérgico e performances insanas. A formação da banda consistia com a frontgirl Mia Zapata nos vocais, Joe Spleen nas guitarras, Matt Dresdner no baixo e Steve Moriarty na batera.



A banda acabou em 1993 após o assassinato de Mia Zapata. Ela foi brutalmente estuprada e assassanidada na noite de 7 de julho daquele ano, enquanto voltava para casa de um bar. O caso ficou sem solução durante sete anos, até que após muitas investigações e testes de DNA apontaram um pescador chamado Jesus Mezquia com principal suspeito. Mezquia acabou sendo considerado pelo júri como culpado e foi condenado em março de 2004 à 36 anos de prisão.

Enquanto ativa, a banda lançou dois discos de estúdio, três singles, um disco ao vivo e participou de várias coletâneas. Embora nunca tenham assinado com uma major, é uma das bandas mais respeitadas e cultuadas do underground de Seattle até hoje, e muitas vocalistas de girl bands vem citando Mia Zapata como influência. Deixo aqui o download para o primeiro disco da banda, "Frenching the Bully" de 1992.

Fastbacks


Também de Seattle, o Fastbacks fazia um som baseado no punk rock com bastante influência ramônica e do pop bubblegum dos anos 60. A banda foi formada em 1979 por Kurt Bloch (guitarra), Lulu Gargiulo (guitarra e vocal) e Kim Warnick (baixista e vocalista) e encerrou suas atividades em 2001. Foi uma das primeiras bandas de punk rock de Seattle.

A banda teve sempre constante em sua formação Lulu, Kurt e Kim, porém o posto de baterista era sempre instável. Até Duff McKagan (sim, o cara do Guns) já ocupou o posto de batera da banda. A banda sempre teve bastante destaque na cena de Seattle e chegou a assinar com a Sub Pop por volta de 1992. Antes disso eram do cast da Pop Llama, outra gravadora independente de Seattle bastante importante.



Para baixar, deixo o primeiro álbum deles, "Fastbacks and His Orchestra", em minha opinião o melhor da banda um dos melhores discos de todos os tempos. Simples, autêntico e mesmo belo. As canções pop punk ficam ainda mais deliciosas de se ouvir com os vocais femininos, que dá um gostinho especial na coisa. Altamente recomendado e viciante!

Demolition Doll Rods


A banda é de Detroit. Só pela localidade já deduzimos que é veneno. Como mentor, tem Danny Doll Rod (guitarrista), que era do Gories. Ausência de baixo, influências de Cramps, Stooges, MC5 e Jon Spencer Blues Explosion. E ainda, duas garotas na banda, Margaret Doll Rod (guitarra e vocal) e Christine Doll Rod (bateria). Rock 'n' roll altamente primitivo, regressivo, sem pudor, selvagem e garageiro!



A banda ganhou destaque pelos seus shows, absolutamente insanos, onde costumavam tocar vestidos de drag queens, fantasiados de roupas sadomasoquistas ou mesmo nus. Sem pudor nenhum mesmo. E as letras, nem preciso falar que falam dessas coisas lindas como sexo, drogas, corridas, meninos & meninas, mais sexo... Ou seja, LINDO!

A banda encerrou as atividades em 2007, depois de 13 anos sem parar (a banda foi formada em 1996). Deixo aqui o disco "Tasty", de 1997, altamente recomendado para os apreciadores do rock 'n' roll regressivo, sacana e sem precedentes.

Gorilla Angreb


Formada em 1999 inicialmente apenas como um projeto dos membros da banda Amdi Petersens Armé e sendo levada mais à sério em 2002 após o fim da mesma, o Gorilla Angreb é de Compenhague, Dinamarca, e uma das bandas mais legais que aquele país já teve. Formada por Mai Sydendal (linda...) nos vocais, Peter Bonneman na guitarra e vocal, Retardo no baixo e Tommas "Banger" Svendsen na bateria, a banda manda um som baseado no punk rock clássico dos anos 70 e nas bandas americanas dos anos 80, além de algumas pirações garage e pós punk. Também cantam em dinamarquês, não dá pra entender merda nenhuma, mas é muito massa.



A banda encerrou as atividades em 2007 e nunca chegou a lançar nenhum full lenght, porém lançou vários singles 7'' e EPs, que em 2006 foram compilados em um CD que leva simplesmente o nome da banda e traz todo esse material. Aliás, essa é a coletânea que deixo aqui para quem quiser conferir a banda. Para fãs de X, Wipers, Germs, Regulations, Vicious, Masshysteri e Wax Idols.

Post idealizado por Rodrigo.
Releases DödsÄngel, Gallhammer, Signal Lost, Grimes, Dresden Dolls e Amanda Palmer por Rodrigo.
Releases The Gits, Fastbacks, Demolition Doll Rods e Gorilla Angreb por Maurício.